QUEM NÃO GOSTAVA DE SER DESPEDIDO ASSIM?

Tal como sempre previ, foi curto o reinado de Scolari ao serviço do Chelsea. Ao contrário da maior parte dos adeptos portugueses, nunca idolatrei Scolari. É verdade que o senhor teve alguns méritos na passagem por terras lusitanas e isso não lhe posso tirar. No entanto, nunca gostei da sua postura (a tentativa de agressão a Dragutinovic é um bom exemplo), da forma como compôs as convocatórias, fechando, a determinados jogadores, a entrada num grupo que deveria ser aberto (Vítor Baía é o caso mais flagrante), além de que, tacticamente, sempre o achei limitado, para não utilizar outro adjectivo.

Acho que Scolari está talhado para o trabalho de selecções, onde as competições são curtas e o tempo para os trabalhos tácticos escasseia. O aspecto psicológico aí ganha preponderância. Nesse ponto, tenho que reconhecer a sua mestria.

Porém, no caso do Chelsea, encontrou um trabalho diário e a visar competições longas. O factor psicológico e motivacional, inerente a qualquer actividade humana, está, obviamente, presente, mas o trabalho de campo e de secretária (planificação) ganha outro peso ao serviço de um clube. E aí, meus amigos, não chega pôr os jogadores a ouvir Roberto Leal e a rezar à Nossa Senhora do Caravaggio!!! Sobretudo, quando se tratam de grandes craques e que tão bem estiveram habituados a trabalhar com o mestre Mourinho (o maior!!! Aqui confesso a minha admiração por este homem). Presumo que, para eles, seria realmente desmotivante...

Numa altura em que a crise financeira obriga a constantes despedimentos, Scolari deixou o Chelsea com uma choruda indemnização de 17 milhões de euros no bolso, em virtude de uma crise de resultados desportivos. Dá que pensar... Quem não gostaria de ser despedido assim?

Nota: Foto cedida pelo meu amigo Hugo Santos

Abraço/beijinhos