Não gosto que me queiram fazer de parvo, fico chateado. Acho que ninguém gosta. Mas quando querem fazer de mim mega-parvo, aí já não reajo da mesma forma! Não fico irritado, pelo simples facto de que não me vou chatear com uma pessoa que aumenta a minha boa-disposição por me fazer rir! Não é?
Estava eu no café e um amigo de uma amiga ouve-me dizer que tenho o hábito de correr. Então ele perguntou-me se podia vir comigo, quando eu fosse, pois também queria ir correr. Por mim, ok.
Passados uns dias lá fomos nós. Antes de começarmos, ele disse que tinha parado com o desporto há algum tempo e, como eu queria correr ao meu ritmo normal, aconselhei-o a ir a um ritmo mais baixo do que o meu. Mas ele rejeitou. Disse que ia acompanhar-me.

Ora, se ele não estava habituado, vi logo que o gajo era 'doido' e que ia 'morrer' facilmente. Mas ok, como diz o ditado, "quem se mata pelas suas mãos nem pela alma se lhe reza"! Após seis minutos de corrida, durante os quais a respiração dele parecia querer competir com o motor de um Fórmula 1 em termos de sonoridade, ele disse-me "tu dás-lhe muito. Não aguento mais". Eu bem que tinha avisado. Sem dúvida que ele podia ter feito um treino mais produtivo se me ouvisse e se fosse mais humilde.
Passado uns três dias dias, encontro-o no café e pergunto-lhe: "Então quando vamos correr outra vez?". "Agora não posso ir correr, tenho andado a sair mais tarde do trabalho...", respondeu ele - o curioso é que estava sempre no café ao final da tarde!
Mas o mais engraçado veio a seguir. Sem lhe perguntar nada, ele saiu-se com esta: "Ontem fui correr com o meu cunhado. Corremos 50 minutos sempre a dar-lhe forte e feio." Uau, mas que grande evolução! Batam palmas, exultem, meus amigos! Nem o Carlos Lopes no seu auge faria um progresso tão supersónico... Que grande atleta nacional, um desperdício enorme não ter ido a Atenas representar o nosso País!!! Nem lhe respondi, contive as gargalhadas e só me apetecia dizer-lhe que eu era o verdadeiro Pai Natal para ver se ele acreditava!
Será que ele ao dizer-me que, em dois dias, passou de seis para 50 minutos, queria fazer-me de burro? Não, não creio. Acho mesmo que ele, como não o conhecia bem, apenas quis revelar-me que é grande tangas e uma pessoa que não prima pela inteligência. Conseguiu-o eficazmente e convenhamos que não era fácil fazer melhor! Está de parabéns, sim senhor... Mais um aplauso para ele, meus amigos!
Por que será que muitas pessoas não procuram evoluir para serem cada vez melhores, nas mais diversas áreas? Por quê quererem ser as melhores em tudo, ou pelo menos fazerem passar essa ideia? Depois sentem-se inferiores. Estupidamente. A principal competição é individual. Só competindo connosco mesmo é que podemos evoluir. Ser melhor hoje do que ontem é a ideia e o caminho. Pena de quem não o sabe!
Nesta situação concreta, é caso para dizer que mais rapidamente se apanha um mentiroso do que um atleta fraquinho... Ainda mais rápido do que a um coxo! Sobretudo quando ele, praticamente, pede para ser apanhado!!!
Abraço/beijinhos