segunda-feira, 25 de agosto de 2008

PARA CONTEMPLAR

Acabei de regressar à rotina citadina. Os cenários verdes e calmos já deram lugar ao trânsito, à confusão e à poluição da Capital.

Desta feita, optei por fazer algo diferente. Este 'post' não é para ser lido, mas, sim, para ser visto.

Espero que gostem...













Abraço/beijinhos

4 comentários:

Nuno disse...

A casa de pedra não é a antiga casa dos nossos avós? Que está do lado de baixo da estrada?

Anónimo disse...

Isto faz-me lembrar uma povoação lá para os lados da sertã onde costumava passar as férias na minha infância... reconheço a casa de pedra, típica da região.
Também "tive" uma que acabou por arder num dos maiores incêndios que fustigaram a região, há uns anos atrás. Lembro-me dos meus avós terem uma pequena horta cheia de árvores de frutos, pinheiros e vinhas de perder de vista, e duas casas baixinhas, feitas com essa pedra - uma que funcionava de adega, cheia de pipas e um lagar onde se costumava pisar as uvas e outra que servia para guardar o gado (no caso, cabras) e outros animais de criação, como os coelhos e galinhas. A guardar uma das casas estavam dois cães fantásticos, com o pêlo reluzente e meigos para as gentes que vinham por bem. Nesse ano, as chamas de um incêndio violento consumiram tudo aquilo que a nossa vista podia alcançar ali na aldeia. Os meus avós perderam todos os bens que tinham (a sorte foi a casa que habitam ficar fora da zona das hortas e o fogo não lhe ter chegado perto). Recordo-me ter acordado assustada, durante a noite, e ter pedido para o meu pai ligar aos meus avós para saber se estava tudo bem. Há dias que não conseguiamos falar com eles e eu tinha tido um mau pressentimento. Soubemos depois o que tinha acontecido e apressamo-nos para ver os estragos, na esperança de que não fosse muito...
Lembro-me de chegar e ser invadida por uma enorme tristeza. Uma tristeza pintada de negro, da cor das árvores queimadas... De repente deixei de reconhecer os montes verdes da minha infância, onde eu e o meu primo faziamos os disparates próprios da idade, onde existiam os medronheiros que eu teimava em subir para roer o medronho verde e onde existiam flores selvagens de todas as cores. As amoras à beira do caminho que nos levavam à pequena horta dos meus avós, essas também desapareceram.
Cheguei a ver alguns animais, que não conseguiram fugir do fogo, como pedra negra caídos pelo chão... vi o cão preferido da minha avó, que havia ficado presso na casota, sem vida.
Ainda hoje não encontro palavras para expressar o que senti naquele momento... desde que comecei a atravessar a povoação até chegar ao local onde os meus avós dedicaram parte da sua vida, para terem o que comer.
Lembro-me que chorei... até já não conseguir mais. É uma dor estranha esta de ver vidas destruidas... Ainda hoje não sabemos como esse fogo começou... alguns culpam os madeireiros e os interesses económicos...
A verdade é que, num acto de coragem os meus avós voltaram a semear as terras fustigadas pela tragédia e, ao contrário do que toda a gente esperava, no verão seguinte voltou a existir o verde que já lá tinha estado antes. Com grande esforço, tudo o que semearam voltou a dar fruto e os dois velhinhos que só sabiam viver da terra recuperaram a esperança. Voltaram a criar animais, voltaram a pisar as uvas para fazer o vinho, voltaram a fazer queijo de cabra e broa de milho, como as que me ensinaram a fazer quando era criança...

Anónimo disse...

É caso para dizer que uma imagem vale mais que mil palavras...
Escondidas no monte, estas simples terras, distantes de tudo e todos mostram-nos a simplicidade da vida, aquilo que de melhor existe, o simples o natural. Por de trás destas altas serras escondem-se tesouros à espera de serem descobertos, vividos.

CarlaSofia disse...

Que saudades do campo....