quinta-feira, 4 de setembro de 2008

PORTUGAL E A (IN)SEGURANÇA

Há cerca de duas semanas, vi um canal televisivo, no seu noticiário da hora de jantar, levantar uma questão, apelando ao voto telefónico dos telespectadores. A pergunta em causa era a seguinte: "Considera que Portugal é um País mais seguro ou menos seguro?".

Sinceramente, a primeira coisa que me ocorreu foi que essa questão era completamente descabida (mais tarde percebi a razão de ser da dita!). Mas será que as pessoas não vêem televisão? Não lêem jornais? Não conhecem casos de pessoas conhecidas assaltadas ou até foram elas próprias vítimas de criminosos?

Nesta altura do 'campeonato', lançar uma questão sobre o estado de (in)segurança vivido actualmente no País dava todo o indício de que a resposta seria óbvia. Era quase como se perguntássemos a um guloso se gosta de doces! Enfim... Restava apenas saber os números, que, por acaso, até me surpreenderam: 73 por cento dos participantes consideraram que Portugal é um País menos seguro, ao passo que os restantes 27 por cento votaram no cenário inverso.

Confesso que não esperava tantas respostas positivas no que concerne à segurança. Pois é, no entanto, 27 por cento dos votantes acham que o País está mais seguro! Inacreditável!!! Mas esses tipos vivem onde? Em Portugal ou na Lua? Ou será mesmo no fantasioso país da Alice?

Com base nisso, percebi então o porquê da pergunta que inicialmente não me parecia fazer grande sentido. A referida questão visava outro tipo de avaliação: aferir do estado de sanidade mental dos portugueses! Concluiu-se, desta forma, que 27 por cento dos votantes não 'batem bem da bola'! Claramente...

Perante isto, levanta-se agora mais uma questão: será que os jornalistas também são os culpados por haver pessoas que 'não jogam com o baralho todo' neste País? Sim, porque, segundo alguns, são eles os responsáveis pelo estado de insegurança vivido pelos portugueses. Estão admirados? Porquê? Então nunca viram os malditos jornalistas andar aí a assaltar e a matar pessoas para terem mais notícias?

Mais um exemplo de que os pobres jornalistas muito pagam sem dever...

PS - Valha-nos ao menos a nossa linda bandeira!

Abraço/beijinhos

4 comentários:

Anónimo disse...

Oh pah... nunca ouviste dizer que tudo é relativo neste mundo? Esses telespectadores estavam a comparar Portugal com o Iraque ou a Colômbia! nunca percebes nada também! :P

Anónimo disse...

Pedro
Este assunto é uma faca de 2 gumes.
Para se viver em segurança, Portugal ainda é dos melhores países da Europa. Aumentou a criminalidade? Claro. Mas onde diminuiu??
Convence-te de uma coisa. Enquanto não se começar a ensinar as criancinhas nas escolas porque devemos ser cívicos, sermos respeitosos com os nossos semelhantes, com a natureza, com os animais, etc não há leis nem polícia nem governo que nos ponha num patamar de segurança mais agradável.
Na minha opinião, é verdade sim senhor que há jornalistas que empolam certas notícias e como tal são também culpados de certa instabilidade. Sabes melhor que eu que há jornalistas que pagam a polícias para fornecerem informação e que, a maior parte das vezes vem deturpada mas que é publicada porque há que defender o posto de trabalho. Infelizmente neste país está quase tudo mal e não vemos grandes prespectivas para esta situação regredir.
Um dia que se proporcione falamos melhor sobre segurança.

PB disse...

Obrigado pelo comentário, Vítor. E um dia falaremos melhor sobre este tema! Grande abraço e foi bom ter-te aqui novamente a comentar, faz falta aqui malta mais experiente como tu! Aquele abraço

Nuno disse...

Este assunto é demasiado complexo para ser tratado de forma tão simples. Este (suposto) aumento da criminalidade ou do sentimento de insegurança deve-se a vários factores. Pelo menos, estes:
- O aumento das dificuldades económicas de algumas pessoas que, em desespero, tentam encontrar a solução dos seus problemas a qualquer custo;
- A falta de apoio social que leva a esse desespero, fazendo com que algumas pessoas reajam de uma forma menos correcta;
- O aumento da falta de respeito e moral que vem sendo notada ao longo dos últimos anos, fruto de uma certa desresponsabilização e falta de investimento nestas áreas no processo educativo dos alunos;
- A sede de números respeitante a audiências, que levam a um destaque enorme a casos destes na comunicação social (é ver o Correio da Manhã que, rapidamente, se apercebem de que, normalmente, as primeiras 3 ou 4 páginas são dedicadas a assaltos ou outro tipo de violência).
- Entre outros...

Um abraço,
Nuno.